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Prednisona X Prednisolona: as 5 principais diferenças

A prednisona e prednisolona são os corticosteroides sistêmicos mais usados, apresentam meia-vida intermediária e menor potencial para feitos adversos. Em casos de uso crônico, na impossibilidade de suspensão, recomenda-se a mínima dose eficaz, estão disponíveis em comprimidos e xarope.
Esses dois corticóides normalmente são primeira escolha para tratamentos anti-inflamatórios e imunossupressores a longo prazo, devido ao tempo de meia-vida ser intermediário e ter baixa retenção hídrica.
Há um horário estratégico para tomar o corticóide e aumentar sua eficácia, de manhã é o momento em que temos o pico de produção de cortisol, então o melhor horario seria ás 8h da manhã, que além de potencializar a ação anti-inflamatória do corticóide não irá interferir tanto no nosso ciclo circadiano da adrenal que é o órgão que produz o cortisol.
Sumário do Contéudo
1. BIOTRANSFORMAÇÃO
A Prednisolona é a forma ativa, ou seja, não precisa ser biotransformada. Já a Predinisona precisa ser biotransformada para ter ação no nosso organismo.
2. POTÊNCIA
A prednisolona apresenta maior potência anti-inflamatória comparado a prednisona.
3. PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
Pacientes que apresentam insuficiência hepática não respondem bem a prednisona, por conta da necessidade da biotransformação, com isso, nesses casos é preferível a prednisolona.
4. TEMPO DE MEIA-VIDA PLASMÁTICA
A prednisona dura cerca de 60 minutos, já a prednisolona dura cerca de 200 minutos, por isso apresenta maior potência, no entanto a duração da ação terapêutica de ambas é intermediária comprando com a betametasona e dexametasona por exemplo.
5. DOSES
A dose para adquirir a potência máxima de ambas e assim exercer a função anti-inflamatória é de no mínimo 5mg.
Uso terapêutico da Prednisona e Prednisolona
Doenças inflamatórias:
- Artrite reumatoide
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Colite ulcerativa e Doença de Crohn
Distúrbios alérgicos:
- Asma grave
- Dermatite alérgica
- Reações alérgicas graves, como angioedema
Doenças autoimunes:
- Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
- Miastenia gravis
Doenças respiratórias:
- Exacerbações agudas de asma
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Sarcoidose
Tratamento de doenças oftalmológicas:
- Uveíte
- Conjuntivite alérgica grave
Tratamento de certos tipos de câncer:
- Linfomas
- Leucemias
- Mieloma múltiplo
Prevenção e tratamento de rejeição de órgãos:
- Utilizadas após transplantes de órgãos para prevenir a rejeição pelo sistema imunológico.
Manuseio dos corticóides
O manuseio de corticosteroides, como prednisona e prednisolona, requer cuidado devido aos potenciais riscos associados ao uso prolongado ou inadequado desses medicamentos. Os corticosteroides são potentes anti-inflamatórios e imunossupressores, e seu uso não supervisionado pode levar a diversos efeitos adversos. Abaixo estão os principais riscos do manuseio de corticosteroides:
Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA)
- O uso prolongado de corticosteroides pode inibir a produção natural de cortisol pelas glândulas adrenais, levando à insuficiência adrenal. A interrupção abrupta do tratamento após uso prolongado pode causar crise adrenal, uma condição potencialmente fatal.
Efeitos no sistema imunológico
- Corticoides suprimem o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções, especialmente infecções oportunistas, como tuberculose e candidíase.
- Pacientes em uso de corticoides devem ter cautela com exposição a infecções virais, bacterianas ou fúngicas.
Alterações metabólicas
- Hiperglicemia e diabetes: Corticoides podem aumentar os níveis de glicose no sangue, desencadeando ou agravando diabetes.
- Aumento de peso: O uso prolongado pode levar à retenção de líquidos e aumento de apetite, resultando em ganho de peso.
- Síndrome de Cushing: O uso crônico pode causar sintomas de Cushing, como rosto arredondado (fácies em lua cheia), acúmulo de gordura no abdômen e pescoço, e afinamento dos membros.
Osteoporose e fraturas
- Corticosteroides diminuem a absorção de cálcio e comprometem a formação óssea, o que pode levar à osteoporose e aumento do risco de fraturas, especialmente em uso prolongado.
Problemas gastrointestinais
- Úlceras gástricas e esofagite: O uso de corticoides pode irritar a mucosa gástrica, aumentando o risco de úlceras e sangramentos gastrointestinais.
- Pancreatite: Existe um risco aumentado de inflamação do pâncreas (pancreatite).
Problemas cardiovasculares
- Hipertensão arterial: Corticoides podem causar retenção de sódio e água, levando ao aumento da pressão arterial.
- Dislipidemia: Podem elevar os níveis de colesterol e triglicerídeos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
Distúrbios psiquiátricos e neurológicos
- O uso de corticoides pode causar alterações de humor, insônia, ansiedade, irritabilidade e, em alguns casos, psicose, especialmente em doses altas.
Problemas dermatológicos
- Afinamento da pele: Corticoides podem causar pele fina, com facilidade de equimoses (hematomas) e estrias.
- Cicatrização retardada: Afetam a capacidade de cicatrização de feridas.
Risco ocular
- O uso prolongado pode estar associado ao desenvolvimento de catarata e glaucoma, com aumento da pressão intraocular.
Desequilíbrio eletrolítico
- Podem causar retenção de sódio e água, levando a edema e perda de potássio, o que pode resultar em fraqueza muscular e arritmias.
Precauções no manuseio
- Supervisão médica: O uso de corticosteroides deve ser sempre supervisionado por um médico, especialmente em tratamentos prolongados.
- Desmame gradual: Nunca interrompa o uso de corticoides abruptamente; a dose deve ser reduzida gradualmente para evitar crise adrenal.
- Monitoramento regular: Pacientes devem ser monitorados para efeitos colaterais, como controle da pressão arterial, níveis de glicose e densidade óssea.
Em suma, os corticosteroides são medicamentos eficazes, mas seu uso exige precauções e acompanhamento rigoroso para minimizar os riscos associados.
CONCLUSÃO
Ambas as substâncias são eficazes e amplamente utilizadas para controlar inflamação e respostas imunológicas exageradas. No entanto, é essencial usá-las conforme orientação médica devido aos potenciais efeitos colaterais, como supressão do sistema imunológico, aumento do risco de infecções, ganho de peso e distúrbios hormonais.